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Um rotor de helicóptero que permita, por qualquer meio, o movimento de batimento, ao começar a deslocar-se para a frente terá a seguinte tendência como conseqüência da dissimetria de sustentação: a) Rolar
para o lado da pá que recua |
DISSIMETRIA
LATERAL DE SUSTENTAÇÃO
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No pairado, a
velocidade (U) da ponta da pá permanece constante, qualquer que seja a
posição da pá em azimute. No centro de pressão (CP) esta velocidade
(U) é igual a wR,
sendo R o raio da trajetória do centro de pressão e w
a velocidade angular do rotor que também é constante. A velocidade do
ar em relação à pá (VR) é, obviamente, igual à
velocidade (U) da pá, mas, agindo em sentido contrário. Assim, VR
é constante.
Uma vez que VR é constante, é óbvio que, para um dado
valor de ângulo de passo, a sustentação Fn será
constante, qualquer que seja a posição da pá em azimute. A sustentação
Fn das várias pás é simétrica e a resultante FN
(sustentação do rotor) estará aplicada ao centro de rotação
“O”.
Vôo em Translação a uma Velocidade “V”
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Vamos considerar um heli-cóptero cujo rotor, visto de cima, gira no sentido hora-rio. Para estudar o fenôme-no aerodinâmico cíclico, ou seja, o fenômeno que ocor-re, regularmente, a cada volta do rotor, é necessário especificar a posição da pá em relação ao ponto de partida. O ângulo y será usado para identificar esta posição que é também chamada de Azimute da Pá. |
Pá que Avança e Pá que Recua
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De
A até C, a pá recua em relação ao movimento para frente e,
por isto, nesta meia volta, ela é chamada de Pá que recua. |
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De C até A, a pá avança em relação ao movimento para frente e, por isto, nesta meia volta, ela é chamada de Pá que avança. |
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Como pode ser visto na
figura acima, que representa o disco do rotor principal de um helicóptero
qualquer, cujo sentido de rotação, visto de cima, é horário, o vetor
velocidade de rotação apresenta direções diferentes em função da
posição da pá ao longo de uma volta completa. Isto faz com que a
velocidade resultante “UR” seja representada pela soma
vetorial de U e V.
Nos pontos “B” e
“D”, U e V têm direções iguais e sentidos opostos. Assim, vemos
que, em “D”, o valor da velocidade resultante UR é igual
à soma dos valores de U e V enquanto em “B”, UR é igual
a U menos V. O Resultado disto é que a velocidade resultante UR
do lado da pá que avança é maior do que do lado da pá que recua e,
quanto maior for a velocidade do helicóptero para frente, maior será a
diferença de UR entre os dois lados da aeronave. Como conseqüência
desse diferencial de UR, aparecerá uma
DISSIMETRIA DE SUSTENTAÇÃO com o movimento do helicóptero para
frente, se o CZ (coeficiente de sustentação que depende do
tipo de perfil aerodinâmico e do ângulo de ataque) se mantiver
constante.
Esta dissimetria de sustentação se traduz por um aumento da Força de Sustentação do lado da pá que avança e por uma diminuição da sustentação do lado da pá que recua.
É exatamente este fenômeno que leva os desavisados a pensarem que o helicóptero tenderia a rolar para o lado da pá que recua! Neste momento, é necessário recordar como funciona um giroscópio.Um giroscópio é um corpo em rotação, cujo eixo de rotação é livre para mover-se em qualquer direção.
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Um pião é um giroscópio.
Uma roda de bicicleta pode ser um giroscópio se as mãos que seguram o
seu eixo permitirem que ela seja livre para mover-se em qualquer direção.
Se
tentarmos inclinar o eixo da roda de bicicleta, aplicando uma força F,
uma resistência será sentida naquela direção. A reação imediata
que se fará sentir será segundo a direção D que é perpendicular à
direção da força F. Isto é exatamente como se a força F estivesse
sendo aplicada na direção D.
Este
deslocamento do eixo, na direção D, é chamado de “precessão giroscópica”.
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O fenômeno de deslocamento do efeito em relação à causa é devido às
forças de inércia giroscópicas.
F é a ação que tende a inclinar a roda em torno do eixo horizontal
XX’. F pode ser aplicada em A ou em B (tanto faz). D é a reação da
roda que vai se inclinar em torno do eixo vertical YY’ e não em torno
de XX’ como poderia parecer. Ambos
os eixos (XX’ e YY’) são perpendiculares ente si e a reação ou
efeito se produz e sempre se produz 90o depois da ação.
É
a mesma coisa que acontece com uma pá de um rotor que reage 90o
após a causa que tende a mudar a sua sustentação. Por exemplo, se a
velocidade relativa ou o passo está no seu valor máximo em D (esta é
a causa), a sustentação Fn (que é o efeito) não estará
no máximo em D, mas em A, isto é, 90o depois do ponto de máxima
velocidade ou passo. A pá, articulada no plano de batimento, tem o
ponto de máxima sustentação “A” correspondente ao máximo
batimento para cima (ângulo máximo de batimento b).
De D até A, a pá segue uma trajetória ascendente.
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Trajetória
das Pás Sujeitas a Dissimetria Lateral de Sustentação
Como conclusão do que nós vimos, de D até B, a velocidade vai de um valor máximo até um mínimo e de B até D ela varia de um mínimo até um máximo. Em conseqüência do efeito da variação de velocidade, a pá, atrasada de 90o em relação à causa (velocidade), sobe, indo até um máximo em A e até um mínimo em C. De C até A, a pá sobe – de A até C, ela desce.
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